maio 27, 2019

Medicar ou não: eis a questão!

Tenho encontrado por aí muita gente que foi diagnosticada com TDAH e alertada que precisava tomar medicações para controlar o transtorno, mas não tomou por medo. É um tema bem delicado e importante. Muitas vezes esse medo dos medicamentos são baseados em poucas informações sobre eles, enquanto na verdade eles têm sido protagonistas de ganhos muito grandes em qualidade de vida de muitos portadores do Transtorno de  Déficit de Atenção e Hiperatividade em todo mundo.
Para quebrar esse medo vamos, então, aprender mais sobre os tratamentos para o TDAH, em especial os medicamentos?

O tratamento para o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é multimodal, incluindo profissionais de vários segmentos (psiquiatria, psicologia, pedagogia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e muito mais), dependendo da necessidade, e na maioria dos casos é necessária uma intervenção farmacológica. Isso tem uma explicação que reside no que gera o TDAH: o transtorno é neurobiológico e acompanha o indivíduo desde o nascimento, por isso deve ser tratado também de forma biológica, com medicações.
Geralmente a categoria de medicamentos mais recomendados para tratamento (não cura, porque não existe cura de TDAH) é a dos psicotrópicos, remédios que agem no sistema nervoso central para regular (normalizar) sua atividade. Há pesquisas que comprovam que os psicotrópicos atualmente disponíveis são seguros e têm poucos efeitos colaterais, existentes muito mais quando são usados indevidamente.
Dependendo do caso, outros tipos de medicamentos podem surgir para auxiliar no tratamento, como ansiolíticos e antidepressivos, para casos onde há comorbidades (outros transtornos ou distúrbios associados ao TDAH) ou onde alguma faceta do TDAH se sobressaia de maneira que precise de uma atenção especial.
Como qualquer medicamento existente, o uso não prescrito ou abusivo destes indicados ao TDAH podem gerar sérios problemas, por isso reforçamos a importância de um profissional acompanhando e prescrevendo tratamentos adequados para o caso.

Não vou colocar aqui a lista de psicotrópicos e demais medicamentos controlados e seus efeitos com  o TDAH, pois mesmo que afirmemos que  a automedicação não é, de nenhuma forma, indicada, expor o leque de medicamentos e seus efeitos pode estimular o uso não prescrevido por um profissional.
Vários tratamentos surgiram para o TDAH, como psicoterapia, musicoterapia, neurofeedback e aromaterapia, mas nenhum deles ainda foi eficaz de auxiliar os portadores como os psicotrópicos são. A associação entre tratamentos também é indicada, unindo a medicação à terapia, por exemplo, por alguma necessidade especial ou pelo desejo de um maior controle dos sintomas do transtorno.
Cinco centros universitários dos Estados Unidos e um Canadense (denominado MTA – Multimodal Treatment Assessment) realizaram um estudo com 579 crianças com TDAH para comparar os resultados entre diversos tratamentos para o transtorno. As crianças foram divididas em quatro grupos:
  1. foram tratados apenas com medicação e nas primeiras semanas tinham sessões de acompanhamento semanais que logo passaram a ser mensais;
  2. tiveram tratamento apenas pela psicoterapia cognitivo-comportamental;
  3. tiveram a mesma terapia cognitivo -comportamental do grupo 2 e ainda recebiam medicação;
  4. foram acompanhados e medicados por pediatras não-especializados em TDAH.
Os resultados foram bem claros: os grupos 1 e 3 foram os que tiveram maiores avanços, avanços estes que eram muito superiores aos outros grupos. Isso só comprova a eficiência da medicação no tratamento do TDAH.
Além dos tratamentos alternativos próprios para o TDAH que já foram citados, ainda outros profissionais podem aparecer em casos excepcionais, como os fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e neurologistas.

Bem, por esse panorama geral deu pra entender um pouco sobre a importância de todos tratamentos para o TDAH, mas precisamos voltar ao enfoque do post: as medicações. Elas são alvo de muito preconceito e medo de portadores e familiares, muitas vezes sendo tachadas como “estratégia para vender remédio”, quando na verdade são peças-chave para um tratamento bem sucedido.
Provavelmente essa explanação toda sobre os diversos tratamentos e atual (pode ser que o quadro mude) superioridade em eficiência e a segurança das medicações para o TDAH já fala o suficiente para que o medo seja enfrentado.
Mais vale para você enfrentar um medo que já foi comprovado como infundado em prol de uma qualidade de vida muito maior ou viver refém do transtorno?
Espero que esse post tenha ajudado a esclarecer mais as coisas!
NOVAMENTE: não apoiamos a automedicação e o autodiagnóstico! A medicação tem que ser prescrita por um profissional autorizado!
Abração, uma TDAH.
Publicado por ALINE CAVALCANTE
Link: https://vamosfalardetdah.wordpress.com/2016/06/29/medicar-ou-nao-eis-a-questao/

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